Logotipo, marca e até mesmo do polêmico – e equivocado – termo ¨logomarca¨, aquele desenho que representa uma marca é parte importantíssima de qualquer estratégia de marketing.
O logotipo é um signo de identificação. É através dele que o público vai identificar o seu produto e/ou serviço em meio a tantos outros.
O que poucos sabem (ou se atentam) é que, por trás da criação de um logo, existe um trabalho extenso de pesquisa, um desenvolvimento que parte de pressupostos teóricos do design e da psicologia, envolvendo semiótica, cor, composição, conceito, etc.
Para isso, um designer leva um bom tempo para chegar ao símbolo ideal, que seja bonito e funcional para a necessidade específica do cliente.
Entretanto, se o custo desse profissional excede o seu orçamento, daremos aqui algumas dicas para ajudar você a criar um logo que seja eficiente e resolva o seu problema em um primeiro momento.
Essas dicas podem servir também para entender como é o processo de criação de um logo.
Às vezes contratamos um designer e não fazemos ideia de como um logo é concebido, e saber desses passos pode inclusive ajudar você a ser mais claro e alinhar melhor as suas ideias com as do profissional, tendo um resultado muito mais satisfatório.
É importante lembrar que não existe uma “receita de bolo” para se criar um logotipo, Cada designer tem o seu método. Daremos aqui então um panorama geral sobre como criar um logotipo.
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Seja simples
Primeiramente, devemos entender que o logo deve ser simples.
O logotipo é uma representação gráfica da sua empresa e isso deve ser sintetizado de forma que ele seja facilmente identificado, sem informações desnecessárias.
Logotipos muito enfeitados, cheios de elementos e efeitos transmitem uma sensação de desorganização.
Você não quer que a imagem da sua empresa seja essa, certo?
Como pode ser visto melhor nesse artigo, logotipo é quando unimos o ícone que dá a cara da sua marca ao título/nome da mesma.
Isso significa que o seu logotipo é metade “desenho” e a outra metade texto.
E algumas vezes, além do nome da sua marca, algum texto de apoio ou slogan é adicionado. Sendo assim, essa simplicidade também deve ser mantida na escola da fonte que vai escrever esse texto.
Perceba que “fonte” foi citado no singular. Usar mais de uma fonte em um logo não é recomendável.
Uma tipografia uniforme no seu logotipo gera conformidade visual, as coisas combinam melhor e você grava na memória visual do seu cliente o nome da sua marca escrita naquela fonte específica.
E isso faz toda a diferença.
Pense por exemplo na Coca-cola, Adidas, Disney… Todas os logos dessas marcas tem em comum uma tipografia que nos faz identificar de pronto o produto.
Até quando a fonte é usada para escrever outra coisa.
Pesquisa
Parte importantíssima da criação de um bom logotipo, a pesquisa é primeiro passo.
Já ouviu dizer que “nada se cria, tudo se copia”?
Não é exatamente assim que as coisas são, mas ter boas referências é essencial para criar um logotipo interessante.
Primeiro, pense nos logos que você mais gosta. Aqueles logos que você bate o olho e sabe exatamente do que se trata.
Exemplos como Nike, Coca-Cola e Apple são sempre citados uma vez que é indiscutível que essas marcas são líderes de mercado em seus segmentos e facilmente reconhecidas pelos seus logotipos, certo?
Vamos tomar por base o logo da Coca-Cola. Veja abaixo uma comparação entre a evolução do logotipo dessa marca e de sua principal concorrente através dos anos.
Nota-se que há inclusive uma certa semelhança entre o primeiro logo da Pepsi (de 1898) e o primeiro logo impresso em um rótulo de Coca-Cola (em 1900).
Mas percebam que o logo da Coca-Cola passou apenas por breves ajudes e manteve-se quase o mesmo por todos estes anos — salvo a estratégia maluca de 1985 em que a empresa mudou completamente a sua marca em uma estratégia que muitos dizem ter sido toda feita por envolver uma alteração na famosa fórmula do refrigerante.
Enquanto isso, a Pepsi adotou as suas famosas cores — vermelha e azul — 50 anos após a criação do primeiro logotipo, que foi modificado diversas vezes.
Quem é a líder de mercado? A Coca-Cola.
Porém, esses exemplos são extremos. Marcas famosas que atingiram a excelência através de muitos anos de mercado. Sendo assim, pesquise também outras referências.
Pesquise os seus concorrentes
Existem empresas/marcas que oferecem o mesmo (ou quase o mesmo) que você? Quais são os benchmarks?
Tenha o logotipo dessas empresas como referência.
Não os copie, mas analise os elementos usados, as cores, e tente criar algo que faça com que o seu logotipo se diferencie, chame mais atenção e seja mais bem resolvido que os concorrentes.
Conheça a sua persona
Públicos diferentes demandam logos diferentes. Faça uma análise detalhada sobre o tipo de persona que a sua marca deseja atingir.
Pesquise os logotipos das marcas que a sua pesona mais se identifica. Você pode fazer isso com uma pesquisa verbal, conversando com amigos que se enquadram no perfil da sua persona, perguntando nas suas redes sociais, criando formulários.
Colete esses dados para direcionar melhor o resultado final do seu logotipo.
Não sabe o que é persona? Temos esse artigo explicando em detalhes o que é!
E se você preferir outra forma de conteúdo, o Peçanha gravou o vídeo a seguir explicando tudo o que você precisa saber sobre esse conceito:
Já sabe o que é persona mas tem dificuldade em criá-la?
Pesquise tendências
Após ficar por dentro do que os seus concorrentes estão fazendo, se atualize sobre o que tem sido feito em relação ao design. Design é algo que está em constante modificação.
O que era feito nos anos 90 é completamente diferente do que foi feito nos anos 2000, que é diferente do que é feito hoje.
Leia: Tendências de logotipos para 2019
Logo, pesquisar logotipos feitos hoje em dia e tomá-los como referência previne que você crie algo antiquado ou muito fora dos padrões atuais.
Pode parecer uma boa ideia fazer algo fora dos padrões para se destacar facilmente, mas dessa forma você associa a sua marca a algo muito antiquado ou “brega”, sem cuidado com a identidade visual, o que é péssimo.
Lembrando também que não há apenas “uma tendência” vigente. Tendências coexistem, se mesclam, se dividem.
Aposto que você vai encontrar o melhor estilo para representar a sua marca. Pense no que tem mais a ver com o que você quer passar para o seu público sobre você mesmo.
Separei alguns bons sites para buscar referências de belos designs de logo para você conferir:
Lembrando que alguns destes sites são especializados em logotipos, mas outros são de referências de design em geral.
Se você souber mais algum site legal de referências, não deixe de contar para a gente nos comentários!
Conceito
Com todo esses dados recolhidos durante a pesquisa, é hora de conceituar o seu logo. O que raios é isso?
Conceituação nada mais é do que determinar o que o seu logo vai passar através de suas formas.
Isso pode parece muito subjetivo, mas ter um conceito fechado pode resultar em um logotipo que expresse – mesmo que sutilmente – o serviço prestado.
Um bom exemplo de logo com um conceito muito bem pensado é o logo da empresa americana FedEx.
O conceito da sua marca deveria remeter ao seu serviço de entrega de correspondências e encomendas. Veja:
Poucos notam que existe uma seta no espaço em branco entre as letras “E” e “X”.
Essa seta representa que as coisas saem de um lugar e vão para outro, além de representar dinamismo e agilidade.
Outro detalhe importante desse logotipo é que todas as letras estão conectadas. Perceba que não há espaço entre elas, nem mesmo entre o “d” e o “E” de cores diferentes.
Isso mostra que o conceito da empresa é o de conectar pessoas através do seus serviços.
Parece até que foi por acaso, mas acredite, não foi. Algumas vezes o acaso ajuda, mas quando se pensa antes nesses detalhes, o trabalho fica muito mais fácil.
Esboço
Pesquisa feita, conceito fechado. É hora de encarar a folha de papel em branco.
Sim, isso mesmo que você adivinhou, vamos desenhar o nosso logotipo!
“Mas eu não sei desenhar!” você deve estar pensando em desespero. Calma, amigo!
Não é necessário ser o Leonardo DaVinci para se ter um bom logo. Mas rabiscar um pedaço de papel para organizar as ideias é uma técnica muito eficiente.
Nem os designers mais experientes pulam essa etapa e já vão direto para o computador. A distância mais curta entre o seu cérebro e o papel é usar um lápis ou caneta.
E mesmo que os seus esboços sejam só garranchos, eles ajudam na finalização do logotipo.
Veja os exemplos:
Por mais que o processo de esboço deva ser livre e fluido, tudo o que foi pontuado durante a pesquisa deve ser levado em conta.
Deixe que o conceito sirva de inspiração. Pense nele como um ponto de partida e deixe as ideias surgirem no papel.
Digitalização
Enfim, é chegada a hora de sentar no computador e transformar as ideias que você tem no papel em um arquivo dentro do seu computador que possa ser utilizado em todos os seus materiais.
Esse processo de digitalização na hora de criar um logotipo também pode ser chamado de vetorização.
O termo logo em curvas também é muito utilizado para se referir a um logo em vetor.
Para essa etapa, uma noção de computação gráfica e saber utilizar softwares gráficos é essencial.
Se esse não for o caso, na internet você consegue encontrar algumas ferramentas que podem quebrar o galho.
Elas são bastante limitadas mas podem ser uma boa solução para quem não faz ideia de como manipular vetores em um software como Illustrator ou CorelDRAW.
Embora exista esse tipo de facilidade, o ideal mesmo é criar isso em um software apropriado.
Existem diversos softwares gráficos no mercado (os mais famoso são o Photoshop e o CorelDRAW), porém recomendamos que você crie o seu logo em um software de vetores.
Por quê? Por que como já foi visto aqui, vetores são infinitamente escaláveis!
Isso significa que não importa se você vai usar o seu logo em um cartão de visita de 9x5cm ou se você vai mandar adesivar um navio cargueiro com um comprimento equivalente a 4 campos e meio de futebol: o seu logotipo ficará perfeito na arte final!
Entendido isso, vamos ver agora os softwares mais indicados para a digitalização do seu logo.
Inkscape
O Inkscape é um software gratuito e de código aberto para a manipulação de vetores.
Você pode encontrar diversos tutoriais na internet ensinando os básicos sobre esse programa, confira um deles abaixo!
Você pode fazer o download deste software visitando o site oficial da desenvolvedora clicando aqui.
Illustrator
Este é o programa líder de mercado no que se refere a imagens vetoriais. Possivelmente é também o mais robusto e eficiente.
É sempre a minha primeira indicação para quem deseja trabalhar com vetores.
É desenvolvido pela poderosa Adobe (líder de mercado em softwares gráficos) e, assim sendo, apresenta uma integração maravilhosa entre seus outros programas (que trabalham com imagens bitmap, edição de vídeo, animações, web design, etc).
O problema desse programa é que ele é pago, mas você pode usá-lo gratuitamente por 30 dias fazendo o download de sua versão de avaliação clicando aqui.
Você encontra diversos vídeos tutoriais sobre o Illustrator também, como esse abaixo:
CorelDRAW
Esse software foi o líder de mercado por muitos e muitos anos, mas hoje em dia não passa de um patinho feio entre profissionais da área.
Suas múltiplas funções foram a sua ruína pois, tentando suprir todas as necessidades do designer em uma só ferramenta, tornou-se instável e não muito confiável.
Queimou o seu próprio filme, uma vez que fazia profissionais perderem horas de trabalho devido aos seus erros de funcionamento.
Não é um software ruim, mas não é visto com bons olhos.
Se mesmo assim, por algum motivo, você preferir usar este software, a nossa maior recomendação é: jamais envie seu logo com a extensão nativa do programa que é CDR.
Poucos profissionais possuem o “Corel” e não conseguirão abrir ou trabalhar esse arquivo.
Salve como EPS ou PDF para evitar transtornos.
Caso você não se dê bem com esses programas ou com as ferramentas online, um designer se fará necessário.
Mas conhecendo como o processo funciona, você saberá transmitir ao profissional com muito mais propriedade e exatidão o que é que você precisa.
Certamente o resultado será um logotipo incrível!
Tipografia
Pronto, você está com uma tela em branco aberta na sua frente, alguns rascunhos desenhados num pedaço de papel e alumas ideias na cabeça.
Vamos então começar com a parte escrita do seu logo.
Possivelmente você não pensou exatamente em que tipo de letra (fonte) vai usar no seu logo, certo?
Pois bem, tipografia é uma ciência que demanda bastante estudo, mas vamos tentar deixar as coisas o mais simples possíveis aqui.
Existem diversos tipos de fontes, mas sem dúvida uma característica que separa as fontes em dois grandes grupos é a serifa. O que é a serifa?
Serifa são esses prolongamentos nos cantos da letra. Logo, fontes podem ser serifadas, ou não.
Sobre a serifa, siga essas duas regras simples:
- Serifas fazem mais sentido em logotipos sérios e/ou clássicos;
- Use fonte sem serifa em logotipos descontraídos e/ou modernos.
Temos ainda diversos tipos de fontes, mas explicações aprofundadas ficam para um próximo artigo.
Na escolha da fonte para o seu logo, uma lei que não pode ser desconsiderada de forma alguma é: legibilidade.
Não escolha fontes muito enfeitadas. Ninguém vai entender o nome da sua marca.
Para ajudar você nessa difícil escolha, fica aqui três dicas que podem já eliminar de cara algumas das muitas opções:
- Nunca use: Comic Sans, ZapFino, Papyrus, Chiller, Monotype Corsiva.
- Não recomenda-se: Arial, CooperPlate, Myriad, Impact.
- Use sem medo: Helvetica, Bebas, Grotesk, Gotham, Museo, Raleway, Soho, Roboto, Geomanist, Din, Bodoni, ChunkFive, Cocogoose, Futura, Lato.
Lembrando que isso não é exatamente uma regra. Gosto é discutível e sempre há quem encontre boas aplicações para determinadas fontes.
Mas seguir essas dicas já ajuda a evitar que a sua marca seja genérica, sem personalidade, e/ou motivo de chacotas.
Veja abaixo o consagrado logo da marca Chanel e a sua réplica usando uma fonte considerada “ruim”:
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