Fortemente reconhecida como fabricante de amortecedores de ponta no mercado original, a KYB atua desde 2014 na reposição nacional. De lá para cá, a marca se estabeleceu com mais de 1 mil aplicações produzidas tanto em sua unidade em Curitiba/PR quanto no exterior. Novo presidente das operações no Brasil, Tatsuya Satoh revela nesta entrevista exclusiva que a KYB planeja dobrar sua participação no mercado de amortecedores brasileiro nos próximos 3 anos. Satoh está no Grupo KYB há cerca de cinco anos e, antes de assumir o cargo atual, foi responsável pelo atendimento de outras unidades de vendas da empresa japonesa pelo mundo. No Brasil há um ano, ele também comenta sobre quais características do mercado local lhe chamaram a atenção e como os mecânicos automobilísticos ajudam a reforçar os valores de qualidade de produção da KYB.
REVISTA O MECÂNICO: O sr. trabalhou em unidades de venda da KYB em outros mercados. Considerando o tempo que está no Brasil, qual análise o sr. faz do mercado de autopeças local em relação aos demais? Alguma característica te chamou a atenção?
TATSUYA SATOH: Eu conheci a indústria de reposição de amortecedores de vários países antes de vir ao Brasil. Uma das grandes diferenças com os outros países é o fato da “busca pelo menor preço” ainda estar enraizado. Isso se observa inclusive em modelos de veículos de valor mais elevado. Porém, percebo que essa tendência tem mudado ao longo do tempo. Não é uma missão da KYB visar o amortecedor mais barato do mundo, ignorando a qualidade. O carro é um veículo que carrega a vida das pessoas, que tem um valor imensurável. A missão da KYB é oferecer e fazer com que os clientes experimentem a melhor qualidade, segurança e vida útil mais longa. Não economizamos esforços para fazer com que os usuários percebam que o mais sensato é utilizar um amortecedor seguro e de vida útil mais longa. Acredito que no final das contas, isto é uma grande contribuição para a sociedade brasileira. O MECÂNICO: A KYB atua desde 2014 no mercado de reposição brasileiro. De lá para cá, em quanto aumentou a produção de amortecedores da marca? Atualmente, qual é o share de produção entre peças para OEM e para a reposição? TATSUYA SATOH: O volume de vendas tem aumentado mais e mais a cada ano desde que estamos estabelecidos aqui no Brasil, e essa tendência continuará. Planejamos dobrar nossa participação no mercado brasileiro nos próximos 3 anos. É uma conquista enorme para uma marca exclusiva e de alta qualidade na atual indústria brasileira, onde produtos de baixo preço são comuns.
Além de os considerarmos clientes muito importantes, (os mecânicos) são ao mesmo tempo professores de muito valor
O MECÂNICO: O quão importante é o mercado de carros e autopeças brasileiro para a KYB?
TATSUYA SATOH: É um dos países que consideramos mais importantes na América do Sul. Muitos países já se apresentam saturados em relação à “indústria de peças de reposição para automóveis”, mas o Brasil ainda permite um “crescimento”, e temos boas expectativas futuras. Nós do Grupo KYB temos grandes expectativas em relação ao mercado brasileiro.
O MECÂNICO: Qual é a importância do mecânico profissional para a estratégia da KYB no aftermarket brasileiro?
TATSUYA SATOH: Muitos mecânicos ao redor do mundo já sentiram claramente a excelente qualidade dos produtos da KYB e a diferença de nível comparado aos produtos de outras marcas. Felizmente muitos mecânicos aqui no Brasil começaram a perceber isso, mesmo com um histórico recente da nossa participação no mercado de reposição brasileiro. Além de os considerarmos clientes muito importantes, são ao mesmo tempo professores de muito valor. São as suas solicitações, feedbacks e expectativas que nos motivam e nos fazem dar os passos seguintes. A cultura da manufatura japonesa leva a sério tanto as informações boas como as ruins dos clientes para empenharmos em melhorias continuamente. Não faz sentido se os produtos e negócios não trouxerem sorrisos a todos, desde o usuário final, aos mecânicos e distribuidores.
O MECÂNICO: Existem três linhas de amortecedores KYB para a reposição no Brasil: Excel G, Premium e Gas-A-Just. Qual é a diferença entre eles?
TATSUYA SATOH: O amortecedor Premium KYB oferece controle exemplar e conforto em todas as condições. Sua tecnologia é desenvolvida especialmente para compensar o desgaste de outras peças do sistema de suspensão, fornecendo perfeita dirigibilidade. No amortecedor Excel-G KYB, as válvulas patenteadas e o gás de nitrogênio pressurizado são os responsáveis pelo conforto da condução e redução radical na vibração. Além disso, possui maior resistência mecânica, o que contribui para que o desempenho ideal do equipamento seja mantido por mais tempo. O Gas-A-Just é o amortecedor pressurizado monotubo que garante até 30% mais desempenho. Componentes internos desenvolvidos para adequar a carga hidráulica de acordo com o piso e tipo de condução, gerando maior conforto e garantindo melhor dirigibilidade de acordo com a necessidade do veículo.
O carro é um veículo que carrega a vida das pessoas, que tem um valor imensurável
O MECÂNICO: Há alguma diferença no processo de produção da KYB para os amortecedores para o mercado original e para os de mercado de reposição? Ou os amortecedores que vão para as fábricas de automóveis são os mesmos que vão para o aftermarket?
TATSUYA SATOH: Em todos os modelos de veículos existem melhorias nos produtos enviados para o aftermarket para compensar o desgaste que já ocorreu no uso do veículo. Cada um dos modelos oferece o conforto e a segurança aprovados pelo nosso instituto de pesquisa no Japão, para auxiliar a locomoção dos brasileiros através de um amortecedor ágil, suave e seguro. Quando a maioria dos clientes que experimentam uma vez os produtos aftermarket da KYB repetem mais uma vez a escolha, esta é a prova da aprovação em relação à qualidade de nossos produtos.
Os produtos para o mercado de reposição tiveram uma queda nos meses de março e abril, mas demonstraram uma melhoria desde maio
O MECÂNICO: Como o coronavírus afetou a KYB do Brasil? Quais medidas foram adotadas internamente para diminuir os impactos na produção e colaboradores e qual é a expectativa da empresa para a retomada dos negócios?
TATSUYA SATOH: Orientamos grande parte de nossos funcionários para evitar sair de casa e garantimos a segurança deles trabalhando em Home office. Felizmente, mantemos as operações sem nenhum colaborador infectado e sem nenhuma demissão de colaboradores no segmento que atende aftermarket. Os produtos para o mercado de reposição tiveram uma queda nos meses de março e abril, mas demonstraram uma melhoria desde maio. Acredito que a partir de junho apresentem uma recuperação em forma de “V”. Quanto à produção, além dos produtos fabricados no Brasil, importamos muitos produtos do Japão, que nos permite ajustar os estoques conforme as circunstâncias, e por isso não prevemos causar qualquer transtorno aos usuários. Acredito que é uma época extremamente difícil para os distribuidores e mecânicos. Mas tenho certeza que essa situação chegará ao fim. E espero que o Brasil mostre o seu verdadeiro potencial e se sobressaia como um Brasil maravilhoso, onde todos nós voltemos a nos abraçar.
Por Fernando Lalli
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