segunda-feira, 2 de março de 2020

Raio-X: Renault Sandero evolui na versão com câmbio CVT

Renault Sandero CVT

Hatch da Renault passa por alterações visuais, de conteúdo, recebe equipamentos, câmbio CVT e nova calibragem nas suspensões

 

Lançado em julho do ano passado, o Renault Sandero 2020 passou por várias mo­dificações. Não foi mudada a plataforma, po­rém, o desenho da carroceria foi reno­vado. A responsabilidade do novo vi­sual ficou por conta do Renault Design Center São Paulo. O hatch, recebeu um novo para-choque dianteiro, nova as­sinatura luminosa em LED no forma­to de “C” ao redor dos faróis e a nova grade recebeu detalhes cromados. As lanternas traseiras, também em LED, têm novo formato, invadem a tampa do porta-malas.

O interior recebeu novos materiais, teto escuro, portas com acabamento em tecido ou couro, dependendo da versão. O volante passa a ser em couro com de­talhes em cromo anodizado.

interior Renault Sandero CVT

Os bancos ganharam nos padrões de revestimentos, ficaram mais largos e com espumas mais espessas. Além dis­so, todas as versões passam a ter quatro airbags de série (motorista, passageiro e dois laterais), cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros e 14 kg em reforços estruturais.

No undercar, a principal modifica­ção ocorreu no sistema de suspensão, a versão que utiliza o câmbio automático CVT X-Tronic foi elevada em 40 mi­límetros, ou seja, a mesma configura­ção do Stepway, isso porque o câmbio X-Tronic, se deixado na mesma altura da opção com câmbio manual, ficaria mais próxima ao chão.

Na dianteira, a suspensão é do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos e molas helicoidais. A traseira utiliza rodas semi-independentes, o mesmo tipo de molas e amortecedores da par­te da frente, e eixo semi-rígido.

Raio-X Renault Sandero CVT Raio-X Renault Sandero CVT

Ao realizar as manutenções pre­ventivas ou corretivas, o mecânico não encontra dificuldades, mas pre­cisa ficar atento. “Deve-se ter muita atenção ao comprar itens como molas e amortecedores, pois são específicos dos modelos com o câmbio CVT”, alerta Paulo Bueno, engenheiro auto­mobilístico e proprietário da Engin Engenharia Automotiva, localizada na Zona Sul de São Paulo. “As ferramen­tas a serem utilizadas, são as de uso comum em uma oficina, os acessos são fáceis. Têm algumas soluções inte­ressantes como bieletas sem hastes, as molas traseiras separadas dos amorte­cedores, o que facilita a substituição. O quadro também é fácil de acessar e baixar. Não esqueça de verificar itens como o rolamento do semi-eixo, ho­mocinéticas, pois por mais robusto que seja o sistema, o enorme número de buracos, comum nas grandes cida­des, provoca desgaste prematuro des­tes itens”.

Raio-X Renault Sandero CVT

O sistema de freios com ABS, na dianteira utiliza discos ventilados e pastilhas, na traseira tambores. “Para substituir os itens o mecânico não en­contra dificuldades, não é necessário recorrer a ferramentas especiais, porém é muito importante checar todo o sis­tema, verificar as condições dos senso­res, limpá-los, verificar empenamento, espessura dos discos. Por exemplo se o mecânico trocar as pastilhas e os discos estiverem empenados, o freio perde efi­ciência e faz barulho. Para uma manu­tenção correta, é primordial verificar todo o sistema”, explica Paulo.

Outro item que para ter acesso é necessário levantar o carro é a caixa de direção, que utiliza sistema eletro-hi­dráulico. “Para verificar ou até substi­tuir a caixa o acesso é fácil, porém, para conferir o nível do fluido o acesso é di­fícil, pois o reservatório está embaixo do farol do lado esquerdo”, comenta ele.

Raio-X Renault Sandero CVT Raio-X Renault Sandero CVT

A opção com câmbio CVT do novo Sandero utiliza o motor 1.6 SCe com 118 cv (E)/115 cv (G) a 5.500 rpm e 16 kgfm (E/G) a 4.000 rpm. “Esta solução de utilizar o amortecedor no capô, ao invés da vareta facilita muito o acesso ao cofre do motor, pois permite um ótimo ângulo de abertura. O acesso ao filtro de ar é muito simples, evoluiu em relação ao outro motor da Renault”, elogia Paulo.

A primeira dificuldade que ele en­contra é para acessar as velas. “Um ci­lindro está exposto, porém, para aces­sar os outros três é necessário retirar o coletor de admissão com uma chave 10 mm. As velas são convencionais e re­tiradas com chave 14 mm. Outro item fácil de acessar é o corpo de aceleração, que está bem posicionado, já a sonda anterior ao catalisador é difícil de aces­sar, e a pós-catalisador o acesso é fácil”, relata ele.

Raio-X Renault Sandero CVT

Outro detalhe que chamou a aten­ção do proprietário da Engin são as várias conexões e suportes em material plástico. “É preciso ter muito cuidado ao desconectar, soltar, destravar essas partes, pois ao menor descuido pode romper. Outro detalhe é que a alta tem­peratura do motor com o tempo faz es­sas partes ressecarem. O ideal é utilizar as ferramentas específicas, como o ali­cate para destravar abraçadeiras, para soltar estas travas com muito cuidado. Outro item também de difícil acesso é o servo-freio. Para o acesso, é necessário deslocar a bateria e o canister, pois está posicionado embaixo do farol direito. A conexão é feita por peças plásticas, também fáceis de quebrar”, avalia Pau­lo. Ele também avisa que, “principal­mente após os 50 mil km, durante as revisões é necessário verificar o estado do coxim do motor. Esta é uma peça que passa por uso severo constantemente”.

Raio-X Renault Sandero CVT Raio-X Renault Sandero CVT

De uma maneira geral Paulo Bueno da Engin considera que, “em relação ao Sandero anterior, mudou para melhor, são vários os itens com bom acesso e não há necessidade de ferramentas es­peciais, ou seja, o carro é simples para realizar manutenções preventivas e corretivas”.

A opção Zen do novo Sandero com câmbio CVT X-Tronic tem preço su­gerido de R$ 63.890 e a Intense custa R$ 66.390.

Ficha técnica Renault Sandero CVT

 

Texto e fotos Edison Ragassi

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